Foi empossada ontem(11 ), em reunião especial no espaço da biblioteca Folk Rocha, no Palácio das Artes  a nova diretoria da Academia Barreirense de Letras (ABL), que vai gerir a entidade no biênio 2018/19.

Assumiu a presidência da entidade, criada em 2005, a professora e escritora Ananda Lima, tendo como vice o cordelista e músico, Robson Batista. A professora e escritora Solange Cunha, que presidiu a academia nos últimos dois anos, continua na coordenação agora  como secretária.

Também permaneceram na diretoria os escritores Antônio Galdino como tesoureiro e Vivaldo Mota como segundo tesoureiro. A escritora Tina Laura é segunda secretária. Formam o conselho da entidade Antônio de Pádua, Celso Lacerda e Luiz Pamplona.

Com a proposta de trabalhar pelo reconhecimento da ABL como instituição de destaque regional na área da produção cultural, a nova diretoria está debatendo os projetos para em breve iniciar as atividades relativas a 2018.

Conheça um pouco mais a nova Presidente da Academia Barreirense de Letras

Ananda Lima, é escritora de literatura infantil. Tem três livros escritos.

O primeiro foi Fred, uma aventura na floresta. O segundo foi Júlia e Letícia, vivendo com as diferenças e o terceiro foi  Uma professora diferente. Todos os livros foram lançados na primeira edição da FLIB em 2016.

Em 2017, relançou o seu primeiro livro: Fred, uma aventura na floresta, com nova ilustração e organização textual, na segunda edição da FLIB feita por Watila Fonseca.

É formada em Pedagogia pela UNEB. Professora concursada nos municípios de Barreiras e coordenadora pedagógica em Riachão das Neves. Casada, tem uma filha e uma neta.

O trabalho de escritora, a levou à contação de histórias. Realiza vários trabalhos em escolas particulares e públicas do município.

É espirita, frequenta o Grupo Espirita Joana de Ângelis há mais de oito anos. É parceira do Instituto Caturama, apoiando algumas atividades com crianças.

 

Leia o Discurso de Posse na Academia Barreirense de Letras da Professora Ananda Lima

“Um vagalume se apaga descendo ao fundo do mar. – ‘Mãe, que é que é o mar, Mãe?’ Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d’água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. –‘Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?’ ”
“A gente olhava Mãe, imaginava saudade. Miguilim não sabia muitas coisas. –‘Mãe, a gente então nunca vai poder ver o mar, nunca?’ Ela glosava que quem-sabe não, iam não, sempre, por pobreza de longe. –‘A gente não vai, Miguilim.’ O Dito afirmou: –‘Acho que nunca! A gente é no sertão. Então por que é que você indaga?’ –‘Nada não, Dito. Mas às vezes eu queria avistar o mar, só para não ter uma tristeza…’ ”
Com fragmentos desta obra esplendorosa e sensível de Guimarães Rosa inicio a minha fala à Academia Barreirense de Letras e a todos os presentes. Creio que nós, Confrades e Confreiras, somos um pouco ou muito do Miguilim, da sua impossibilidade naquele momento de mensurar o mar, assim, creio, somos nós na capacidade de dimensionar a Academia Barreirense de Letras, assim foi eu ao ingressar à esta importante instituição em 2016.
Uma Academia de Letras é a guardiã da língua brasileira e nativa. É um espaço do pensamento, da reflexão, da literatura, da cultura. A ABL, fundada em 2005 enfrenta problemas institucionais. Ainda não está legalizada, ainda não conta com um espaço de referência da instituição, temos muitos ainda… Mas, conta com uma qualidade e diversidade literária bastante expressiva, inquestionável. E isso precisa ser valorizado e reconhecido para o fortalecimento cultural do município, quiçá da região Oeste, considerando que muitos membros são filhos ou possuem vínculos afetivos com municípios pertencentes ao Território da Bacia do Rio Grande.
Foi uma alegria tornar-me membro da Academia e hoje uma honra assumir a presidência. Sei o tamanho da responsabilidade que nos espera à frente da instituição, especialmente porque temos membros bem mais experientes na vida literária e acadêmica. Mas tenham a certeza que esforços não serão medidos para que a Academia Barreirense de Letras ocupe seu lugar social e cultural que merece.
Para tanto, serei apenas a vela da embarcação. Administraremos e navegaremos neste mar de incertezas e muitas possibilidades, juntos. Veteranos e iniciantes, somando.
Uma instituição não é apenas o seu representante maior, mas o seu coletivo. Reconheço que a presidência, na figura do presidente e vice, tem importante papel. Estaremos firmes na condução da embarcação! Honraremos o esforço e dedicação de todas as presidências que nos antecederam: Miriam, Vinicius, Solange, Inez, Dr Luís Pamplona… todos!
Na reunião de eleição, estava ali apenas para votar. Nunca tive a pretensão de tornar-me membro da diretoria, quiçá presidente. Mas fui surpreendida naquele momento pela abordagem pública do confrade Robson, e um pouco antes, o apelo, ainda que inconsciente de Dr Luís Pamplona. E, em segundos, estava assumindo esta responsabilidade com vocês Confrades e com a cultura barreirense.
Vou falar um pouco de mim, para que vocês possam me conhecer. Sou baiana, um pouco de cada cidade que morei ao longo destes 42 anos. Nasci em Anguera, mas nunca morei lá, passei um tempinho em Morro de Chapéu e Salvador, um pouco mais em Ipirá e Irecê. Mas há 21 anos estou em Barreiras, onde iniciou minha história de amor com esta cidade de muitos encantos. Aqui aprendi a trabalhar, cursei o magistério no Colégio Antônio Geraldo e fui aluna do curso de Pedagogia na UNEB. Estive em Riachão das Neves, município que tenho grande gratidão pela a oportunidade profissional, pela família que constituir e amigos que se firmaram ao longo destes anos. Me reporto ao eterno Luís Gonzaga, quando musicou “ gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”, assim posso afirmar gosto de Riachão das Neves e adoro Barreiras, sem esquecer jamais o meu ponto de partida e toda minha trajetória.
Como escritora de literatura infantil fico extremamente feliz de chegar à Academia e hoje à sua presidência. Sabemos que a literatura infantil, tantas vezes desmerecida como literatura, é a grande alimentadora da leitura em nosso país. Pois, são os pequenos, os leitores em potencial. É na infância que precisamos concentrar nossos esforços para conservação e propagação da nossa língua.
Barreiras tem a Festa Literária como um espaço de fomento e diversidade literária. É um evento de grande relevância para o Oeste da Bahia. É de fato uma FESTA LITERÁRIA! A Academia Barreirense de Letras deseja participar ativamente da organização e vivencia deste grande evento. Para isso não se empenhará para engrandecer ainda mais esta linda festa da literatura.
E para finalizar, vou referir-me à minha patrona Cecília Meireles quando diz: Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve… e assim iremos trabalhar, em parceria confrades, educação, autoridades, a nossa sociedade.
Obrigada a todos os presentes! Obrigada à minha amada família e amigos! Obrigada família ABL!!!
Deus nos abençoe!!!
Ananda Lima Silva Arruda

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