Os 91 presos  transferidos  no início da semana da penitenciaria  de Ilhéus, sul do estado da Bahia para  Barreiras estão hoje alojados em uma das alas do Centro de Detenção do Município.  transferências desses internos, se deu pela interdição parcial do Conjunto Penal de Ilhéus (Ariston Cardoso) e com base no provimento da Corregedoria Geral de Justiça do Estado da Bahia.

Por que o Conjunto Penal de Barreiras foi escolhido ?

Segundo levantamento feito pelo Site Mais Oeste, o conjunto Penal de Barreiras tem a capacidade para receber 533 presos, sendo que até a última segunda-feira ( 14 ) tinha 433 presos nas suas dependências e tinha ainda como receber pelo menos mais 100 pessoas. Essa foi a justificativa que a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização utilizou para mandar os criminosos para a Barreiras, pois aqui seria único local da Bahia a ter espaço para receber a tão indesejada  “encomenda”. A Seap ainda encaminhou uma nota falando que essa transferência deveria ser temporária.

Nota da Seap

A Seap já possui recursos e projetos para reforma do Conjunto Penal de Ilhéus, porém, depende da aprovação do Departamento Penitenciário Nacional que ainda não se manifestou. Além da construção de um novo presídio em Ilhéus, os recursos do Funpen serão utilizados para criação de 03 minipresídios no Conjunto Penal de Eunápolis, que totalizam 304 vagas; ampliação da Cadeia Pública de Salvador em 144 vagas; ampliação dos Conjuntos Penais de Irecê, Teixeira de Freitas e Barreiras, cada um em 128 vagas.

Presos do sul da Bahia devem cumprir pena em Barreiras

O Site Mais Oeste  teve acesso a uma fonte ligada a segurança pública do estado que confidenciou que a transferência não deve ser provisória como  levava a crer a NOTA da Seap e a alegação do MP, segundo essa fonte com a transferência os 91 presos, que são na maioria de alta periculosidade ligados ao tráfico de drogas na região Sul, devem ter seus processos  transferidos para a comarca de Barreiras e cumprir suas penas aqui em terras Oestinas.

Foto: IPOLÍTICA

Consequências dessa transferência 

1 – Com a distância de mais de mil quilometros  entre Ilhéus e Barreiras, uma das primeiras consequências  será a chegada de grande parte das famílias dos presos para morar em Barreiras, inclusive alguns já estariam procurando casas para alugar. Trazendo um ranço social para a comunidade de Barreiras.

2 – A  cadeia pública e Barreiras e LEM que desde a inauguração do conjunto penal estava sendo menos utlizado e dando menos  trabalho aos policiais civis, pode e deve ficar em breve novamente lotado como acontecia até bem pouco tempo. Inclusive o delegado regional Rivaldo Luz deu uma declaração falando da insatisfação dessa ação prevendo o que pode acarretar em breve.

3 – O Site Mais Oeste também conseguiu abordar  a uma outra fonte da segurança que a vinda desses presos terá provavelmente uma consequência drástica, pois como a maioria desses presos é ligada a uma facção criminosa, parte dessa estrutura criminosa deve também se fixar na cidade até mesmo para ” auxiliar ” os detentos que fazem ainda parte dos seus atos criminosos atrás das grades.

4 – Interromper praticamente todo o trabalho que a direção do conjunto penal de Barreiras vinha fazendo distribuindo de forma ágil e inteligente os presos, fazendo um rodízio e não deixando que as celas ficassem lotadas. Agora o trabalho vai ser  dobrado e talvez sem solução quando a população carcerária aumentar significativamente.

Opinião Mais Oeste 

Barreiras e a região Oeste sempre foram esquecidas ou mesmo a que recebia os recursos por último em vários setores seja da vida pública ou privada, era o local mais longe mais distante, ignorado muitas vezes mas sempre cobiçada por suas riquezas. Várias iniciativas deixaram de ser implantadas ou mesmo retiradas para beneficiar outras regiões que tinham mais ” necessidade “. Agora que a região jovem e próspera começa a receber um aparato de segurança que dava um sentimento de calmaria vem essa ” Bomba ” nos nossos pés.  É mais uma vez hora de nossas lideranças partirem para a defesa dessa questão, uma das primeiras foi a MP local que tentou barrar a  transferência mas teve sua solicitação rejeitada, mas outras tentativas devem ser feitas com urgência pois o problema pode piorar significativamente e depois ficar sem solução, pois que se aloja em algum lugar e acaba se dando bem não vai embora e importar mão de obra criminosa não é e nem deve ser uma prática para a região. Estamos levantando essa bandeira e esperamos que batalhas sejam travadas no campo político e jurídico para que as consequências não sejam vistas em breve em nossa sociedade.

Reportagem Site Mais Oeste: Ronimarkes Mota

 

 

 

 

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