Ancorado nas melhores perspectivas para o mercado de carnes, o Ministério da Agricultura prevê recuperação expressiva no valor bruto da produção (“da porteira para dentro”) das principais cadeias ligadas à pecuária do país em 2019.

Estimativas recém-concluídas pela Pasta, as primeiras para o ano que vem, sinalizam que o VBP da pecuária deverá alcançar R$ 200,4 bilhões, 7,6% mais que o previsto para 2018 (R4 186,3 bilhões). Se confirmado, o avanço será o primeiro depois de três anos seguidos de quedas, contaminadas pela fraqueza da economia brasileira no período e seus reflexos sobre a demanda por proteínas.

Segundo o ministério, haverá crescimentos em quatro das cinco cadeias ligadas à pecuária analisadas. O maior será na área de frango (16,4% em relação a 2018, para R$ 61,6 bilhões), seguida por leite (10,4%, para R$ 35,6 bilhões), bovinos (3,3%, para R$ 79 bilhões) e suínos (1%, para 14,2 bilhões). Frango e leite foram as cadeias produtivas do agronegócio mais prejudicadas pela greve dos caminhoneiros, no fim do primeiro semestre.

Já o VBP dos ovos, cujo consumo foi estimulado em meio à queda da demanda por proteína animais mais caras, deverá registrar VBP menor no ano que vem: R$ 10 bilhões, baixa de 5,6$ na comparação com o montante previsto para 2018.

Com o salto geral projetado, a pecuária poderá compensar a queda prevista para a agricultura. Segundo o ministério, o VBP conjunto das 21 principais lavouras do Brasil somará R$ 384,2 bilhões em 2019, 1,9% abaixo do valor calculado para este ano — quando o montante tende a atingir R$ 391,8 bilhões, em queda de 1,2% sobre 2017.

Carro-chefe do agronegócio brasileiro, a soja deverá comemorar, em 2019, mais um ano de crescimento do VBP — o nono consecutivo, sequência embalada por uma sucessão de safras recorde. Para a oleaginosa, o ministério prevê R$ 145,8 bilhões no ano que vem, 0,5% mais que em 2018 e montante quase duas vezes superior ao de 2009.

Para cana e milho, que, com a soja, formam o “trio de ferro” da agricultura brasileira, o cenário é distinto. Em parte graças à queda dos preços do açúcar, para a cana a expectativa é de nova retração expressiva do VBP em 2019 — de 12,5% em relação a 2018, para R$ 55,1 bilhões —, ao passo que para o milho é de recuperação após a quebra da safra 2017/18. O valor bruto da produção do cereal no ano que vem foi estimado em R$ 51,7 bilhões, 8,2% maior que o calculado para este ano.

No total, portanto, o VBP da agropecuária brasileira foi estimado pelo ministério em R$ 584,7 bilhões em 2019, 1,1% mais que neste amo.

Fonte//Valor

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