A recuperação dos indicadores econômicos a partir de janeiro de 2019 já é um dos maiores desafios do novo governo para o próximo ano. A gestão de Jair Bolsonaro precisará conduzir políticas e reformas que ajudem na recuperação da economia, que ainda avança em ritmo lento após a crise dos últimos anos.

Segundo o professor de economia da FGV, Marcel Bulassiano, o problema na economia do país se iniciou no segundo semestre de 2014, após mudança de política econômica.

O professor explica que o Brasil apresentou, por 16 anos, de 1998 a 2013, superávit primário, ou seja, receita maior que a despesa. A partir de 2014, esse quadro mudou e este ano está sendo o quinto ano consecutivo de déficit primário, isto é, o quinto ano em que o país gasta mais do que arrecada.

Como consequência disso, na avaliação de Bulassiano, o grande problema macroeconômico do Brasil hoje é o fiscal. Por isso, a aprovação da reforma da previdência é considerada o foco principal dos especialistas para melhorar a situação do país.

“A dívida aumentou muito e reverter isso é de extrema importância para gerar crescimento, manter inflação controlada, juros baixos e gerar empregos, que é a última variável mais importante para a população. E entra também a questão da reforma da previdência”, explica Bulassiano.

Em palestra na última semana, em Brasília, o ex-ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles, enfatizou a importância da aprovação da reforma da Previdência no próximo governo. Meirelles, que foi candidato à presidência neste ano, também deixou claro que outras reformas são essenciais para a recuperação econômica do país.

“O importante é que fazendo a reforma da Previdência, estabilizando, o Brasil pode crescer de uma forma sustentada nos próximos anos, mas é uma taxa de 2 a 3% ano. Pra crescer taxas maiores de forma sustentada em muitos anos, aí o Brasil precisa fazer a Reforma Tributária, fazer toda uma série de reformas que aumente a capacidade do Brasil de produzir”, avalia o economista.

Meirelles também citou a importância de trabalhar com previsibilidade. Segundo o ex-ministro, a crise já é ruim, mas a expectativa precipitada da crise ataca a população fazendo com que o consumo diminua, a produção seja defasada, o que acaba abalando a confiança da economia.

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