Dias depois de apontar um revólver para um menino durante uma brincadeira, uma adolescente de 13 anos acabou matando, com a mesma arma, a amiga Darilane Lívia de Almeida Cunha, também de 13 anos, na noite deste sábado (7), no bairro do Garcia, em Salvador.

Darilane, segundo relatou da família, foi baleada na cabeça durante um jogo de azar conhecido como roleta-russa – operação que consiste em deixar uma só bala no tambor de um revólver, fazê-lo girar, apontar o cano da arma para si ou para alguém.

A arma usada foi um revólver calibre 38, pertencente ao pai da menina autora do disparo, um policial militar reformado. De acordo com uma vizinha, as duas meninas dançavam no Largo Marquês de Olinda, no final de linha do Garcia, quando elas resolveram ir para a casa da filha do policial, pouco depois das 19h30.

As duas meninas estariam sozinhas na casa e, instantes depois do disparo, parentes do policial chegaram no local. “Eles trataram de impedir que nós, parentes de Darilane, entrássemos na casa. Somente com a chegada do pai da menina, 50 minutos depois, que foi possível o acesso à cena do crime. O pai já tinha levado a filha e a arma. Quando o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou, minha neta já estava morta”, contou a avó da vítima.

Ainda de acordo com a avó da menina, há pouco menos de uma semana, o primo de Darilane teve a mesma arma aponta para si. “Ele só nos contou agora, com a morte da prima. Ele disse que a filha do policial apontou o revólver pra ele e disse: ‘Cadê você? Você não disse que era valente?’. Mas ele encarou como uma brincadeira. E isso é brincadeira? Como é que um pai deixa uma arma em local de fácil acesso? Era uma tragédia anunciada”, desabafou.

O corpo de Darilane ainda se encontra no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Como a adolescente não tinha certidão de nascimento, a identificação do corpo será através da análise das impressões digitais, segundo os parentes. Por conta disso, não há previsão para a data do enterro.

Em nota, a Polícia Civil informou que a 3ª Delegacia de Homicídios (DH-BTS) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), investiga a morte da menina por disparo de arma de fogo, no bairro do Garcia, na noite de sábado (8).

“Até o momento, a apuração tem o indicativo de que o disparo foi acidental, efetuado por uma adolescente, filha de um policial militar da reserva. Ele foi ouvido no DHPP e demais providências de Polícia Judiciária estão sendo tomadas”, afirmou a Polícia Civil.

A Polícia Militar também foi procurada, mas informou que a reportagem deveria buscar informações com a Polícia Civil.

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