O presidente Jair Bolsonaro voltou a demonstrar preocupação nesta sexta-feira (3) com a possibilidade de Cristina Kirchner voltar à Presidência da Argentina nas eleições de outubro do país vizinho.

Ao discursar na formatura de novos diplomatas do Itamaraty, Bolsonaro afirmou que “o mundo todo não quer” outra Venezuela “mais ao sul do nosso continente”, referindo-se à disputa eleitoral na Argentina.

Viúva do ex-presidente argentino Nestor Kirchner, a senadora Cristina Kirchner comandou a Argentina entre 2007 e 2015. Possível candidata à presidência argentina, ela tem liderado pesquisas eleitorais.

Nos levantamentos eleitorais, ela tem aparecido à frente do atual presidente argentino Mauricio Macri, que perdeu popularidade em razão do agravamento da crise econômica.

Empresário, Macri foi eleito presidente em 2015, derrotando o candidato apoiado por Cristina e colocando fim a 12 anos de kirchnerismo.

“Aproveito o momento, o momento ímpar por ser ouvido pela nossa querida, estimada e necessária imprensa, que, além da Venezuela, a preocupação de todos nós deve voltar-se um pouco mais ao sul agora, para a Argentina, por quem poderá voltar a comandar aquele país. Não queremos, acho que o mundo todo não quer, uma outra Venezuela mais ao sul do nosso continente”, discursou Bolsonaro nesta sexta na solenidade de formatura do Itamaraty.

Ao final da solenidade de formatura dos novos diplomatas, Bolsonaro concedeu uma entrevista a jornalistas na qual reforçou sua preocupação com o processo eleitoral argentino.

Questionado por repórteres sobre o que o governo brasileiro poderá fazer, Bolsonaro falou que a atuação fica no “limite do Itamaraty”.

“Minha maior preocupação é com a Argentina hoje em dia”, afirmou Bolsonaro.

É o segundo dia consecutivo que o presidente se diz preocupado com o possível retorno de Cristina Kirchner à Casa Rosada.

Na véspera, em uma transmissão ao vivo em uma rede social, ele disse que pede a Deus para que ela não vença as eleições em outubro.

Na mesma transmissão pela internet, ele havia pedido “paciência” aos argentinos diante do desempenho insatisfatório de Macri na área econômica.

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