A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) divulgou nesta quarta-feira (29) esclarecimento à população e aos médicos sobre o impacto do uso de filtros solares comerciais para a saúde. Trata-se de posicionamento técnico oficial em relação a notícias que circulam pela internet e em redes socais que relacionam a adoção dessa substância a possíveis efeitos adversos, como sua absorção em níveis não recomendados.

“Com essa nota, a SBD espera eliminar dúvidas com respeito ao uso dos filtros solares. Entendemos que a população e os médicos devem estar sempre bem informados sobre todos os tópicos relacionados à saúde. Assim, um esclarecimento desse tipo contribui contra a distorção de fatos que podem ser prejudiciais”, disse o presidente da Sociedade, Sérgio Palma.

No esclarecimento, a SBD informa que está acompanhando a realização de estudos sobre o tema, e ressalta que, até o momento, não há qualquer resultado que justifique mudança na recomendação de uso de filtros solares registrados pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) com o objetivo de proteger a pele e reduzir os efeitos da radiação sobre ela. Ou seja, esses produtos podem e devem ser utilizados, conforme a prescrição dos médicos.

Os filtros solares são uma composição de substâncias cujo uso na pele exposta ao Sol é importante no tratamento e prevenção de inúmeras doenças agravadas por sua radiação do sol, bem como ajuda na prevenção de câncer de pele, em pessoas predispostas.

REGIME INTENSO – Segundo o dermatologista Hélio Miott, responsável pela nota técnica da SBD, estudo clínico específico, conduzido pela agência reguladora de medicamentos americana (FDA), investigou a absorção de quatro componentes de filtros solares (avobenzona, oxibenzona, ecamsule e octocrileno) aplicados sobre a pele em regime intenso de uso. O resultado apontou aumento da concentração das substâncias no sangue dos participantes.

Contudo, destaca o dermatologista na nota da SBD, o experimento foi realizado com aplicações de grandes quantidades de filtro solar, em 75% da superfície da pele, reaplicado em um regime de quatro vezes por dia, por quatro dias. Na avaliação da Sociedade, essas características “contribuem para uma maior absorção de qualquer substância testada, e não representam o uso cotidiano de filtros solares pela população”.

Como alertou a SBD, a absorção de produtos aplicados sobre a pele depende de vários elementos ligados à substância, aos veículos associados, quantidade do produto utilizada, espessura da pele, idade, local de aplicação, oclusão, hidratação da pele, integridade da pele, frequência do uso e extensão de pele aplicada.

Além disso, os autores da pesquisa americana ainda destacaram que as concentrações encontradas no sangue não significavam risco direto de câncer em órgãos internos, efeitos hormonais ou mesmo risco para gestação ou lactação. Outros trabalhos estão sendo elaborados para elucidar o caso, os quais estão sendo acompanhados pela SBD.

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