Escrever é libertar-se, é dar vozes às emoções e percepções. Muitas vezes, escrever, é uma atividade solitária. O escritor mergulha dentro de si mesmo para orquestrar palavras, que em seu conjunto, nos remeterão a outros espaços, mundos, pessoas e a si próprio.

Escrever requer inspiração, estudo, pesquisa, análise. Estar em imanência com o texto, que nem sempre será sentido e compreendido em sua inteireza pelo leitor, pois a escrita possui suas subjetividades inerentes com o autor.

Produzir livro é desafiador. Pensar uma estrutura de suporte textual que dialogue com o texto, dando vida imortal à escrita, também requer cuidado e atenção.

Comercializar livro para quem mora no interior, onde a maioria das cidades não têm livrarias, espaços para venda de obras, onde boa parte da população não tem o hábito de comprar e apreciar livros, acaba sendo muitas vezes, frustrante para quem escreve.

O caminho de um escritor, não é cheio de flores, há muitas pedras no percurso. É preciso muita perseverança para prosseguir.

Quando encontramos políticas públicas, instituições públicas e privadas, dispostas a nos ouvir,  dar atenção e ser parceiras, é sempre razão para celebração.

Foi o que aconteceu com o Grupo Irmãos Ribeiro – que realizou um encontro em homenagem aos escritores, no sábado (27). A iniciativa de conhecer e reconhecer os escritores locais e auxiliá-los nesta caminhada tão desafiadora, é acalentadora. Quando uma empresa consolidada com esta, resolve abrir espaço para os literatas regionais, ela demonstra compromisso social e cultural.

O nosso Oeste tem tido uma produção efervescente de obras literárias. É preciso que instituições governamentais, não governamentais e privadas estejam atentas a este movimento extremamente enriquecedor e importante para a educação e cultura regional.

Empresários locais poderiam se juntar para financiar uma determinada quantidade de obras anualmente. Sendo a obra produzida na própria cidade, ganham os escritores, a editora, as empresas que financiam e que podem ficar com um percentual das obras para desenvolvimento de atividades especificas e de seu interesse na empresa ou socialmente.

Ganha principalmente a população por ter acesso a livros escritos e produzidos aqui mesmo, desmistificando a ideia de que escrever, é para poucos ou são pessoas quase “sobrenaturais”. Assim, de fato, teremos o empoderamento da leitura e escrita. Teremos uma população mais empoderada intelectualmente, reverberando nos mais diversos segmentos produtivos.

Precisamos pensar à frente. Precisamos unir forças para mudar realidades. Precisamos despertar para o trabalho coletivo.

Todos ganham! E a literatura, agradece!

Por Ananda Lima

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