Os números revelam que a hanseníase ainda é uma realidade na Bahia. Só em 2018, foram registrados 2.131 casos novos da doença. De acordo com a sanitarista do Grupo Técnico de Hanseníase da Secretaria de Saúde da Bahia, Cristiane Ribeiro, é necessário estar atento aos sinais e sintomas para garantir um diagnóstico precoce e, assim, poder curar o paciente com tratamento correto.

“A gente está sempre incentivando para que o quanto antes faça o diagnóstico, melhor o prognóstico do paciente para que esse paciente não venha ter incapacidades relativas à doença. Já que a doença é crônica, ela é progressiva, então o quanto antes a gente diagnosticar, tratar e curar, melhor para esse paciente”, disse Cristiane.

O agente de saúde Roberto Carlos Rezende da Silva, de 55 anos, se mostrou surpreso ao descobrir que havia sido infectado pelo bacilo que causa a doença. “Eu nunca imaginava que eu pudesse um dia contrair a hanseníase. Em um primeiro momento veio na minha cabeça, ‘ah, qualquer um pode ter (hanseníase), eu que tenho orientação, não’, e aí foi ledo engano. Quem descobriu a mancha foi minha esposa. Quando percebi que não sentia o local, procurei a equipe médica, fiz os exames e aí detectamos a hanseníase”, disse Roberto.

O curioso é que Roberto pode não ter sido infectado por um de seus pacientes. A doença é bacteriana e é transmitida por meio de fluidos e secreções das vias respiratórias. Não é transmitida por quem faz o tratamento corretamente e é curado, como no caso das pessoas com quem o agente tem contato no grupo. Isso quer dizer que Roberto foi infectado por alguma pessoa que tem hanseníase, que não se tratou e faz parte de seu convívio próximo.

O importante é ficar atento aos sinais e sintomas do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha na pele em que você observe a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse saude.gov.br/hanseniase.

*Agencia do Rádio

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