O bolero é um ritmo nascido na Espanha e com fortes influências de vários países hispano americanos, que foi se aclimatando até mesmo no Brasil, embora seja no México, paixão nacional. Boleros famosos, foram melodiosamente sucesso na música brasileira. Quem não lembra, Elis Regina, cantando, a composição de João Bosco/Aldir Blanc: “…Te convidei prá dançar, a tua voz me acalmava. São dois prá lá
Dois prá cá…”.
Bolero, geralmente, é associado a amores perdidos, a ilusões, amores passageiros, enfim, relações de amor e ódio. Pois bem, está introdução, falando de bolero, do qual sou fã, e que traz em Nanna Cayimi e Emilio Santiago, meus intérpretes prediletos, na verdade é para falar de política brasileira. Quando eleito, Jairo Bolsonaro, convidou o juiz Sergio Moro para fazer parte de seu governo, mais precisamente no Ministério da Justiça.
Transcorrido um ano do governo Bolsonaro, de tantas polêmicas, principalmente com a mídia e face as declarações do presidente e dos seus filhos, inegavelmente, sabe-se que no governo há uma tríade que confere não só credibilidade como estabilidade perante a sociedade, são o Ministro da Infraestrutura, Tarciso Gomes de Freitas, Paulo Guedes, Ministro da Economia e Sergio Moro, Ministro da Justiça e Segurança Pública, este último, campeão em popularidade. Sem dúvidas, esta popularidade incomoda Bolsonaro e seus apoiadores. Quando Moro foi anunciado ministro, logo foi guindado a candidato a vaga de ministro do STF.
Contudo, com seus índices de redução de criminalidade, sua simpatia aumentou perante a opinião pública normal (digo, normal, porque fanáticos de seita não contam na minha opinião). Evidente, que o nome de Moro é lembrado a cada dia, para ser candidato em 2022 ou 2026 à presidência da República. Ele nega. Claro, todos negam. Mas, um homem não foge dos seus sonhos, muito menos, do clamor popular. Isso incomoda, aliados e o presidente. Imagina então os adversários. Petistas não precisam rifar Moro, eles aguardam a cabeça do ministro e alguma bandeja, suspiram pela sua prisão, uma vingança para Lula. Mas a quem mais Moro incomoda é Rodrigo Maia, e o Centrão. Este não tem candidato viável.
ACM Neto é jovem, e ainda sem visibilidade no Brasil. Rodrigo Maia, é um filhinho de papai que ganhou a presidência da Câmara Federal por ceder ao baixo clero. Alcolumbre é nada. O PSDB de Dória, anda nocauteado e todos estes, junto com Roberto Freire se entusiasmam com o insosso Luciano Huck. Derrota certa. Até o transloucado Ciro tem mais cacife e apoio popular que Huck. Para derrotar Bolsonaro, hoje, só existe Moro. Bolsonaro sabe disso, e todos os outros sabem disso. A ordem é fritar Moro. De todos os lados.
Aí vive o dilema de Bolsonaro. Se frita Moro, perde apoio popular. Se mantém Moro, corre o perigo de que, algum fato envolvente, coloque o ministro na disputa, e Bolsonaro se veja sem condições de se reeleger. Jogo de Xadrez entre o ministro e o presidente? Não, vejo um bolero, suave, gostoso, bem dançado, com dois pra cá, dois pra lá, mas, como na música, relacionamentos podem acabar ao som da orquestra. Vamos aguardar.

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