Desculpe o transtorno, estamos trabalhando, por Emerson Cardoso

Historicamente, o poder público sempre teve dificuldades de acompanhar o ritmo e a velocidade dos empreendedores do oeste baiano. Pelas suas características e perfil nunca esperaram o melhor momento ou as condições ideais para começarem a investir. Pelo contrário, muitos negócios se estabeleceram quando o país anunciava baixos índices de crescimento econômico.

Mesmo com problemas recorrentes na infraestrutura, energia ou logística, o setor produtivo segue em frente. Somos uma forte fronteira agrícola, temos uma pecuária em ascensão, indústrias, comércio dinâmico, diversificado e que acolhe todos os anos as maiores redes do Brasil, além do setor de serviços que cresce notadamente nas áreas de educação e saúde.

Extraoficialmente, Barreiras é considerada a capital do oeste da Bahia. Polêmicas à parte, segundo o IBGE em dezembro de 2019, o município aumentou 15,12% do seu PIB (produto interno bruto), alcançando a dianteira entre as quinze cidades consideradas polo do Nordeste. Não obstante, dados da Caged (cadastro geral de empregos e desempregados) anunciou um crescimento de 7,90% nos vínculos com carteira assinada em relação a 2018, se destacando com o maior aumento no estoque de empregos entre as onze maiores cidades do estado.

Os números comprovam que estamos trabalhando. É um novo tempo! Reformas na cidade, pavimentação asfáltica, verticalização da construção civil e tudo associado à política de atração de novos investidores que escolhem Barreiras para morar e produzir. No entanto, os dados oficiais esquecem ou não destacam a força e a relevância dos pequenos negócios no desenvolvimento local. Pesquisa do Sebrae revelou que no Brasil pequenas empresas abriram 731 mil vagas de emprego em 2019, já as médias e grandes empresas fecharam 88 mil postos de trabalho.

Só a unidade do Sebrae em Barreiras que atende 41 municípios na região, orientou e/ou capacitou 5.955 empresários diferentes no ano passado (pessoa jurídica), acrescente o número de 6.766 potenciais empresários (pessoa física) também atendidos pela instituição. O curioso é que a maioria dos novos empreendedores estão nos bairros, na periferia, nos quintais ou nas redes sociais. Deram as costas para as filas de desempregados e converteram o curriculum em plano de negócio. Desse modo, avaliem a contribuição em ascendência das micro e pequenas empresas na economia local.

Diante dos fatos, entendemos que por trás das estatísticas apresentadas tem sempre o protagonismo dos empresários. Incansáveis e anônimos, continuarão na labuta de transformar o seu ofício em divisas… E temos muito a celebrar, afinal, Barreiras deu um salto do anacrônico “Além São Francisco” para a “Capital Regional do Nordeste” e esse dado é do IBGE, portanto, é oficial.

*Me. Emerson Cardoso
Gerente Regional do Sebrae no Oeste da Bahia;
Mestre em Gestão e Desenvolvimento Territorial

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