Foto//Maxim Shemetov/Reuters

Pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, usaram dados de movimentação de pessoas em 10 cidades dos Estados Unidos e criaram um modelo que sugere os lugares onde há mais chances de alguém se infectar com o novo coronavírus (Sars-CoV-2) sem o uso de máscaras e com reabertura de funcionamento.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do mundo, na terça-feira (10). De acordo com os dados reunidos para a cidade de Chicago, a terceira mais populosa do país, a ordem dos lugares, de maior para menor risco, seria a seguinte:

Restaurantes de “serviço completo” (aqueles em que as pessoas sentam para comer e são servidas por alguém)

Academias

Cafés e bares

Hotéis e motéis

Restaurantes de “serviço limitado” (aqueles em que as pessoas podem levar a comida ou sentar, mas pagam antes)

Centros religiosos

Consultórios médicos

Mercados

Lojas de mercadorias usadas

Pet shops

Lojas de equipamentos esportivos

Outras lojas gerais

Lojas de brinquedos ou relacionadas a hobbies

Lojas de material de construção

Lojas de peças automotivas

Lojas de departamento

Postos de gasolina (nos Estados Unidos, o próprio motorista costuma abastecer seu carro)

Farmácias

Lojas de conveniência

Concessionárias

“Se você tiver que ir a esses lugares, vá fora dos períodos de pico, quando há menos pessoas”, recomendou o autor sênior do estudo, Jure Leskovec, de Stanford. Mas há um detalhe: os dados de mobilidade foram computados quando o uso de máscaras era menos prevalente. Por isso, o modelo não leva em conta o uso delas.

“No entanto, na 2ª onda, vemos que a mobilidade das pessoas aumentou, mas o número de infecções não aumentou tanto quanto deveria. Portanto, atribuímos o número de infecções inferior ao esperado ao uso de máscaras”, disse o pesquisador.

Os pesquisadores chegaram às conclusões usando um modelo que se baseou nos movimentos das pessoas rastreados por celulares de 1º de março a 2 de maio, época em que as pessoas tiveram a mobilidade restringida pelas medidas para conter a transmissão do coronavírus.

A partir daí, construíram o modelo considerando maiores ou menores graus de mobilidade, a partir de diferentes datas, para ver como a transmissão do vírus se comportaria.

Com os dados, eles mapearam o que chamaram de “pontos de interesse” – locais não residenciais que as pessoas visitam como restaurantes, mercados e centros religiosos.

Eles descobriram – como outros estudos já vinham apontando – que a maioria das infecções por Covid-19 ocorre em lugares “superespalhadores”. Na região metropolitana de Chicago, por exemplo, 10% dos pontos de interesse foram responsáveis por 85% das infecções previstas para todos os lugares investigados.

“Calculamos a densidade de visitantes em cada ponto de interesse – quantos visitantes existem por metro quadrado. Quanto menor o número, menor a chance de transmissão. Quanto mais tempo as pessoas permanecem no local, maior a chance de transmissão. Nosso modelo considera esses dois fatores”, explicou Leskovec.

*G1

Quer mais notícias, clique aqui: www.maisoeste.com.br

Comentário desabilitado.