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O frio intenso e a geada afetam drasticamente as plantações brasileiras, especialmente as lavouras de milho, hortaliças (frutas, verduras e legumes), cana-de-açúcar e café. Se os preços dos alimentos já estão bem altos, os dias gelados podem piorar ainda mais o acesso aos alimentos básicos.

Nos últimos 12 meses encerrados em abril, a inflação para alimentação e bebidas ficou em 13,47%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O café moído já ficou 67,53% mais caro, as hortaliças e verduras, 36,62%, e o milho em grão, 21,14%.

“Se a geada for muito intensa, os preços devem subir fortemente”, afirma Alê Delara, sócio-diretor da Pine Agronegócios, corretora de commodities.

As hortaliças podem ser as mais prejudicadas, porque o frio vai pegar um cinturão de produção em locais como São Paulo e Curitiba. “São duas regiões que podem trazer um pequeno desabastecimento no curto prazo, além de um aumento no preço”, afirma Marco Antonio dos Santos, sócio-fundador e agrometeorologista da consultoria Rural Clima.

No caso do milho, se houver uma quebra de produção grande, não haveria alternativa global para o fornecimento mundial do cereal. Isso porque a Ucrânia, que é um grande exportador de milho, parou de vender os grãos por causa da guerra.

A expectativa é de que a chuva do final de semana ajude a minimizar os impactos. O fato de o solo estar úmido pode diminuir os prejuízos nas safras —com o solo úmido, a perda de calor é menor. “Quando você tem uma geada ampla, as plantas que estão perto de um rio ou de uma lagoa não são impactadas”, explica Santos.

Segundo a Bloomberg, o café arábica já subiu 5,8% na entrega para julho, na negociação feita em Nova York. Minas Gerais lidera a produção no Brasil e responde por quase 50% das sacas, seguida pelo Espírito Santo e São Paulo. Essas regiões ficam na parte que deve ser mais afetada pelas mudanças bruscas na temperatura.

*UOL

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