Somos educados por nossos ancestrais para muitas coisas, menos para perder e aceitar a dor da perda. E nós também não iremos ensinar aos que nos sucederem, justamente por não termos aprendido.

A vida me tirou três “filhos“ de quatro patas em menos de um ano e agora Deus me compensa com 7 novas vidas. Eles vêm com tempo curto e certo sabendo aquilo que vem nos ensinar. Aprendi muito com eles. Como aprendi.

Mas na verdade sofre quem fica, sofre quem parte. Querem um exemplo louco, do Augusto Cury, sobre o suicida: “Ele não quer morrer, quer acabar com a dor.” Se não quer morrer é para não sofrer com a sua perda também.

Perder é coisa de “mulherzinha” diriam os machões (idiotas) antigos. Um conhecido dizia que não gostava de perder nem em par ou ímpar. Perder não combina com o mundo corporativo. Perder não é para time grande. Perder não é aceitável em uma guerra.

Perder não faz parte da vida dos heróis.

Querem um herói que perdeu e se tornou maior que qualquer um: JESUS! Ele perdeu a sua vida em favor daqueles que seriam salvos por seu ato. Ele disse inclusive: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.  João 15:13 Ele perdeu a sua vida por aqueles que amava. 

Perder faz parte de nossa vida, agora lidar com a perda depende de muito mais, principalmente cultura, educação, desprendimento. É muito complexo. Deveríamos ensinar aos nossos a se acostumarem com a perda, a conviverem com a perda, até porque nem sempre podemos ganhar todas.

Como ser humano já perdi pai, mãe, avós, tios, tias e, logicamente “filhos”. Como advogado já perdi processos, os quais alias quando pego uma causa nova sempre evoco que as chances são de 50% para cada lado, até para não criar falsas esperanças.

Perder é uma arte, exige classe, muita classe e humildade, pois a derrota é um importante ensinamento e serve para que nos preparemos para, de preferência, não errarmos novamente.

Toda perda e toda vitória é carregada de ensinamentos. Filtrar estes ensinamentos é que fazem a diferença e que nos levam ao crescimento.

Dois filhos são preparados pelos pais para enfrentarem a vida.

No início da jornada eles conversam:

– Nossos pais nos ensinaram coisas maravilhosas para a vida. Só esqueceram uma coisa.

– O quê ?

– O nome de um bom advogado!

(As Cobras – Luís Fernando Verissimo)

Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder. Dilma Rousseff – Ela já sabia o que dizia.

 

 

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