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Abril chegou, e, com ele, vai findando o período chuvoso no Oeste da Bahia. Tempo de escoar a soja na região, o que costuma – ou costumava – ser um pesadelo, para quem trafega pelas estradas vicinais, que ligam as fazendas às rodovias estaduais e federais. Este ano, mesmo com as chuvas, as obras do programa Patrulha Mecanizada não pararam. De janeiro a março, 433 quilômetros de estrada passaram por benfeitorias para melhorar trafegabilidade em 14 vias, ou “linhas”, como são denominadas no projeto.

O Patrulha Mecanizada é uma iniciativa financiada pelo instituto Brasileiro do Algodão (IBA), executada pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), e que conta com a parceria dos produtores rurais do Oeste, da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), do Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro), do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (Fundeagro) e das prefeituras municipais.

Nesta etapa, as estradas passaram por obras de patrolamento, cascalhamento e de contenção de águas fluviais. De acordo com o diretor executivo da Abapa, Lidervan Morais, se não fossem essas intervenções, o período seria novamente desastroso. “Não apenas para os produtores e outros agentes do agronegócio, como para os moradores das comunidades circunvizinhas e passantes dessas estradas. A partir deste mês, contudo, já voltamos com a pavimentação asfáltica na BA 458, também conhecida como linha Estrondo”, antecipa.

De acordo com o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, as obras mais recentes foram para viabilizar a safra, mas, a partir de agora, os esforços são para acelerar o ritmo das intervenções. “Estamos aprimorando o processo, fazendo o dever de casa, para superar as eventuais adversidades e poder cumprir, ao final do biênio 2021/2022, a meta de entregar 280 quilômetros de estradas pavimentadas”, afirma Bergamaschi. Criado em 2013, o Patrulha Mecanizada já recuperou mais de três mil quilômetros, de um total estimado de sete mil quilômetros na região, sendo que três estradas vicinais foram asfaltadas, num total de 104 quilômetros.

Ainda segundo o presidente da Abapa, nesta época do ano, nos trechos críticos das estradas, era comum ver caminhões atolados por vários dias. Muitas vezes, com famílias inteiras dentro deles. “Colocávamos tratores para puxar as carretas, e eles também acabavam quebrados, complicando ainda mais a situação. É até difícil dimensionar a importância do Patrulha Mecanizada para a região”, diz Bergamaschi.

Sustentável

Patrulha Mecanizada é, na verdade, o “apelido” do Projeto de Aquisição de Máquinas, Insumos e Veículos Auxiliares para a Conservação dos Recursos Naturais da Lavoura de Algodão e Escoamento da Produção. Ele integra o compromisso de Sustentabilidade da Abapa, pois contribui para a melhor gestão da água na região, na medida em que promove o aproveitamento da água das chuvas e ajuda a recarregar os lençóis freáticos.

“Os benefícios das obras do Patrulha se estendem para toda as comunidades do entorno das estradas, mesmo para quem não é associado da Abapa, ou não é agricultor. Imagine uma emergência médica que demande a saída de um paciente ou a entrada de uma ambulância numa via esburacada e empoçada. É uma calamidade. Além disso, para os agricultores, não são raros os casos de transportadoras que recusam serviços, quando põem na ponta do lápis os riscos”, afirma Bergamaschi.

Tiago Mazzutti, agropecuarista da região de Baianópolis, confirma o que diz o presidente da Abapa. “Já enfrentamos diversas situações em que o caminhoneiro se recusou a entregar o calcário ou o adubo em nossa fazenda por conta da situação das estradas”, diz Mazzutti. Ele também afirma que a precariedade das vias impacta no tráfego de colaboradores e no constante remanejamento do uso de tratores que deveriam estar trabalhando nas lavouras, para desatolar caminhões. Ser pecuarista traz um ônus extra.

“Aqui, na linha onde me encontro, somadas as minhas cabeças de gado com as dos meus vizinhos, são 10 mil rezes. Transportar cargas vivas é um sofrimento para os animais, que se machucam, quebram perna, algo muito triste e que gera grande prejuízo, pois temos de sacrificar o animal”, diz Mazzutti.

Tiago Mazzutti não planta algodão, e, portanto, não é associado da Abapa. Mas é beneficiado por estar em uma linha onde há produtores da pluma. “Possuir pelo menos uma fazenda cotonicultura no trecho é uma condição para a estrada receber as benfeitorias”, explica Bergamaschi.

Imprensa Abapa

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