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De acordo com reportagem do Jornal Gazeta do Oeste, os profissionais de imprensa da região Oeste da Bahia também estão na luta para serem imunizados contra a Covid-19. Até o momento apenas sete municípios confirmaram a vacinação, entre eles, Bom Jesus da Lapa, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santana e São Felix do Coribe.

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) solicitou a inclusão da categoria na lista de prioridades da vacinação, a partir do Decreto 10.288 de 22 de Março de 2020, que incluiu a imprensa como serviço essencial durante a pandemia, o que significa que “os profissionais não podem se negar a trabalhar, inclusive cumprindo pautas em hospitais, unidades de vacinação, pontos de aglomeração e outros locais de exposição e possibilidade de contaminação”.

De acordo com a Comissão Intergestores Bipartite – CIB, os profissionais que se enquadram nos pré-requisitos estão entre os grupos prioritários, ou seja, aqueles que atuam na linha de frente realizando coberturas externas da pandemia. “A inclusão da nossa categoria no rol das prioridades da vacinação contra a Covid no estado é uma vitória. Não existe nenhum impeditivo para que as prefeituras promovam a imunização deste segmento. A CIB aprovou no dia 18 de maio e reafirmou a resolução no dia 02 de junho”, disse o presidente do Sinjorba, Moacy Neves.

A imunização contribuirá para reduzir o alto nível de adoecimento e mortes de profissionais de imprensa na Bahia. Em um levantamento realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o país registra 213 profissionais mortos pela Covid-19. Entre janeiro e abril de 2021 foram registrados 124 óbitos devido à doença, uma média de 31 por mês, bem acima da média verificada em 2020, que foi de 8,3 óbitos/mês.

“Estamos na linha de frente sofrendo os efeitos de estarmos trabalhando onde há aglomeração de pessoas, por esse motivo estamos adoecendo e morrendo no percentual muito acima da média nacional. Fizemos o pedido por compreender a justiça do pleito e também porque há um erro no plano de vacinação que não inclui a imprensa na lista de serviços que devem ser imunizados, apesar do Decreto Lei 10.288 de 22 de Março de 2020, que nos coloca como serviço essencial”, pontuou Moacy Neves.

A jornalista Catiane Magalhães atua na região Oeste e já foi infectada pela Covid-19 duas vezes. “Infelizmente tive a pouca sorte de ter sido contaminada duas vezes, sendo a primeira no ano passado e de forma mais branda. Na segunda vez eu me infectei trabalhando quando fui fazer uma entrevista para um veículo, o entrevistado estava contaminado e não sabia, ele já havia sido vacinado com as duas doses e estava assintomático. A segunda vez não foi tão fácil, fiquei bastante debilitada, tive falta de ar, precisei ir ao hospital e depois me tratei em casa”, relatou Catiane.

Atualmente a jornalista trabalha na comunicação da Prefeitura de Formosa do Rio Preto e circula constantemente pela zona rural e urbana de Formosa fazendo coleta de dados e divulgação de informações. No município os profissionais de imprensa já foram vacinados.

“Quando veio a notícia de que jornalistas iriam se vacinar foi um alívio muito grande, não só por ter sido acometida duas vezes, mas ter por ter pessoas próximas e pelos números que são gritantes, país afora. Acho mais que justo, necessário, porque nos expomos pra levar informações às pessoas. Informação é sim essencial à vida da população. Eu defendo a vacinação em massa, quero que todas as pessoas tenham a oportunidade de tomar uma dose de esperança”, disse Catiane Magalhães.

Já em Barreiras, um dos municípios da região Oeste da Bahia que ainda não vacinou os profissionais de imprensa, cerca de 50 profissionais já cadastrados no Sinjorba aguardam a imunização. A relação com os dados já foi enviada para a coordenadora da vacinação.

De acordo com a Diretoria de Comunicação de Barreiras, o município está aguardando chegar as doses com essa destinação para realizar a imunização dos profissionais de imprensa, no entanto, não informaram uma data específica.

Enquanto isso, os profissionais de imprensa do município continuam expostos e na expectativa de que os órgãos públicos se sensibilizem e possam viabilizar com celeridade a vacinação da classe. Assim como Ellen Rarden, que trabalha diariamente na coordenação de jornalismo da Rádio Oeste FM.

“Desde o início da pandemia os profissionais da comunicação não pararam um só minuto, para levar informação com precisão e muita responsabilidade. Hoje a minha atuação direta é no rádio, desempenhando um papel primordial sempre em contato com as fontes, trazendo entrevistados para o estúdio, tudo isso, pela informação de credibilidade e principalmente por nossos ouvintes. Apesar de tomar todos os cuidados e seguir todos os protocolos, estamos expostos, nos colocamos em risco direto de contaminação”, pontuou Ellen.

De acordo com o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, caso a vacinação não inicie ainda essa semana, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia irá ingressar com a ação civil pública contra os prefeitos e secretários de saúde, que não tiverem cumprindo a resolução da CIB e que não respeitarem a posição que do Tribunal de Justiça, de que a vacinação deve ser feita pelas prefeituras.

*Reportagem – Ivana Dias

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