Saudações a todos!

Comemora-se os 200 anos de nossa Independência que foi consolidada em dois de julho de 1823, custando dois milhões de libras esterlinas tomadas emprestadas aos ingleses e pagas a Portugal por conta do Tratado de Paz e Aliança assinado em agosto de 1825.

Para a data comemorativa foi trazido para o país o coração de Pedro IV, o “Libertador”, retirando-o do seu Mausoléu localizado na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, cidade do Porto em Portugal.

Deixemos de lado as motivações que levaram a tal acontecimento e imaginemos que este coração guarde em seu íntimo a história vivida por seu senhor e a capacidade sensitiva de perceber e compreender o ambiente ao seu redor.

Lhe causaria estranhamento a viagem sem a brisa marinha e o balançar da nau? Ou estaria perplexo dentro daquele charuto metálico que se deslocava rapidamente sobre as nuvens?

Chegando ao Brasil, quais lugares gostaria de visitar? Quais lembranças apareceriam? Certamente ouviria opiniões sobre os dias atuais. O que ele próprio concluiria sobre este país? Se pareceria com aquele que sonhou ao desobedecer às ordens de retornar a Portugal para cerca de oito meses depois proclamar a nossa independência? Se traduziu na nação da brava gente descrita na letra do hino que escreveu?

Duzentos anos. O tempo passa. Foram 67 anos de monarquia e 133 de república, dos quais aproximadamente 99 deles sob governos de presidentes militares ou civis conservadores e perto de 34 anos de mandatos progressistas. A que destino estão nos levando?

Poderia ser leviano e nos compararmos ao grande irmão do norte, 46 anos mais velho e primeira potência mundial. Mas não vou fazê-lo. Antes é preciso refletir sobre quem somos, em que estamos nos tornando e o que pretendemos para o nosso futuro enquanto país. De imediato para nossos filhos e a longo prazo para aqueles que nos sucederão após extintos quaisquer laços familiares.

Se sua vinda ao Brasil puder servir de alguma utilidade, que seja para despertar em cada um de nós o amor por este chão como demonstrou Dom Pedro pela cidade que mais amou, a ponto de determiná-la como destino permanente do seu coração.

Que venham mais duzentos anos e que a história possa registrar que nosso país, enfim uma grande nação, se tornou desenvolvido, pujante e justo.

Até a próxima!

Voa coração Que a minha força te conduz

Que o sol de um novo amor

Em breve vai brilhar

Vara a escuridão

Vai aonde a noite esconde a luz

Clareia seu caminho e acende seu olhar

Vai aonde a aurora mora

E acorda um lindo dia

Colhe a mais bela flor

Que alguém já viu nascer

E não se esqueça de trazer força e magia

O sonho, a fantasia E a alegria de viver

Toquinho-1984

  • Maurício Fernandes é engenheiro civil e colaborador do Site Mais Oeste

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