A Bahia superou a marca de mil mortes por Covid-19. Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde (Sesab) na noite da última quinta-feira (11), o estado acumula 1.013 óbitos em decorrência da doença.

Apesar do dado, o secretário de Saúde Fábio Vilas-Boas aponta que o estado chegou a uma estabilidade na taxa de letalidade. O gráfico apresentado pela Sesab aponta que a Bahia registra uma curva de novas mortes descendente desde o fim de maio. Porém, o gráfico pode sofrer alterações nos próximos dias, já que existe a possibilidade de notificações tardias, ou seja, óbitos que são relatados dias ou semanas após ocorridos.

Vilas-Boas também afirmou que projeções mais alarmantes, que assinalam o risco do estado chegar a cinco mil mortes até agosto, não correspondem com a realidade, já que a Bahia também alcançou uma estabilidade na taxa de transmissão, com índice abaixo de 4,5%.

“O número é exagerado em função de não levar em conta a queda progressiva na taxa de transmissão que nós temos observado na Bahia. Inicialmente começamos com 30%, a gente se recorda, passamos um tempão com 15%, com 12%, com 11%, com 10%. Hoje estamos de forma sustentada com números abaixo de 4,5%. Já temos 16 dias em que o número de óbitos por dia na Bahia está estabilizado. Existe um platô no número de óbitos. O número total de óbitos sobe, evidentemente, por ser cumulativo, mas o número de óbitos por dia, que nos permite ter uma ideia do agravamento da situação, está estabilizado”.

“O número global de casos vem crescendo, mas o número de óbitos novos por dia vem se mantendo. Consequentemente, a taxa de letalidade vem se mantendo ou caindo. Isso é facilmente perceptível por diversos gráficos que temos demonstrado todos os dias”, disse o secretário.

Apesar dos números indicarem um maior controle da doença no estado, Fábio Vilas-Boas aponta que algumas regiões ainda precisam ter muito cuidado com o coronavírus. O secretário citou os municípios do Extremo Sul, região que registrou 100% de ocupação dos leitos de UTI e que tem 19 municípios com toque de recolher das 18h às 5h.

Feira de Santana e Vitória da Conquista são outras cidades que inspiram preocupação, segundo Vilas-Boas.

“Estamos preocupados com algumas cidades que estão saindo do controle. Nesse momento nossa preocupação se volta para o Extremo Sul da Bahia, Teixeira de Freitas principalmente. Mas também aqui na região metropolitana, aqui perto, em Feira de Santana, temos taxa de progressão acima da média do estado. A importância de tratarmos cidades grandes como Feira, Conquista, de forma diferenciada no olhar, é que qualquer elevação percentual da taxa de transmissão da cidade impacta muito na média do estado”.

“Salvador também, mas em Salvador tem caído a taxa de transmissão. Estamos atentos, a gente espera que esses números não voltem a subir com as recentes flexibilizações que foram adotadas. Estamos atentos a qualquer mudança na curva de decréscimo que estamos enfrentando, no sentido de voltando a subir, vamos voltar a dialogar com as prefeituras para estabelecer regras mais rígidas de distanciamento”.

Para ampliar a oferta de leitos do Extremo Sul, o governo se prepara para inaugurar o Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas. A unidade estava prevista para abrir as portas na última semana. Contudo, um problema com o compressor de oxigênio inviabilizou a abertura. A previsão de inauguração é para a próxima segunda-feira (15).

“É um fenômeno, existe falta de equipamentos de oxigênio em todo o pais. Desde a válvula que regula a saída do oxigênio na beira do leito do paciente até o cilindro de oxigênio. No caso aqui foi o compressor. Conseguimos transferir o compressor que estava no Hospital Luís Viana Filho, em Ilhéus, que estava em reforma. Nós mandamos o caminhão na terça-feira. Já está instalado, funcionando. A boa notícia é que na segunda-feira, às 7h, os pacientes vão já começar a entrar no Hospital de Campanha de Teixeira de Freitas, com 20 leitos de UTI”.

Conforme o boletim da Sesab, a Bahia possui 33.891 casos confirmados de coronavírus. Mais de 18 mil pacientes seguem monitorados pela vigilância epidemiológica e com sintomas da Covid-19, o que são chamados de casos ativos.

Foto//Ag A Tarde

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